Uma das maiores preocupações deste ano de 2018 está relacionado a mais um tipo de jogo ou desafio que surge na internet, para a preocupação de pais, crianças, adolescentes e escolas.
Trata-se do Momo do Whatsapp um número de whatsapp que está sendo compartilhado nos grupos formados por estudantes, crianças e adolescentes e cuja foto de perfil do tal número, possui uma imagem de um rosto assustador. Ao menor contato, o tal perfil faz perguntas cujo o desafio inicial é que sejam todas respondidas e em seguida, um outro desafio mortal é colocado para ser feito, sob a ameaça de que se não for cumprido levará a graves consequências para familiares, amigos ou a quem se referiram as perguntas realizadas anteriormente.
O tal desafio de brincadeira não tem nada. Ainda não se sabe quem está por trás, mas as autoridades que investigam já sabem que podem resultar em roubo de informações pessoais, assédio sexual, incitação ao suicídio e a violência, além de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. Sob o anonimato e com acesso às informações, o jogo e seus desafios já tem causado mortes de crianças que, na tentativa de realizar os desafios, não resistem e vêm a óbito.
Os perigos de entrar nas brincadeiras virtuais e nos desafios não são nada virtuais. Em qualquer uma das redes sociais seja Whatsapp, Facebook e Youtube o que se exige no online é feito na realidade, pois aciona algo muito próprio dessa fase da vida de crianças e adolescentes que é a curiosidade, o estímulo, a liberação de adrenalina e necessidade de auto-afirmação perante os grupos de que se pode completar a tarefa.
Ano passado, um jogo também iniciado nos mesmos moldes chamado Baleia Azul, incentivava a vários delitos e até ao suicídio, preocupando os pais no mundo todo. No Brasil os jogos e desafios virtuais já fizeram vítimas. Um menino de onze anos prendeu a respiração e acabou falecendo. A mãe só descobriu que o filho havia entrado num jogo mortal quando acessou o celular e entendeu o que se passou.
Pelo risco destes jogos, não dá para simplesmente ignorar esse assunto. Nestes casos, pais, educadores, crianças e jovens devem falar, debater exaustivamente sobre o assunto. Entender os riscos reais de haver a perda da vida, de sequelas físicas e mentais ao se participar de jogos e desafios virtuais.
Se você que é aluno (a) e tem curiosidade sobre isso antes de entrar nessa brincadeira perigosa canalize a sua curiosidade para onde a sua adrenalina e as suas conquistas poderão ser realmente sinônimos de vida saudável, plena e com inúmeras possibilidades positivas. Os esportes, as artes, as leituras, a inovação científica são atividades que podem desafiar muito mais, pois ativam as áreas cerebrais de adrenalina, competitividade, criatividade e são excelentes. Experimente viver o melhor jogo, com todas as suas fases e dúvidas. Esteja na realidade. O melhor desafio e mais prazeroso é mesmo o de viver plenamente.
* Izaíra Thalita Lima é jornalista, mestre em Ciências Sociais com pesquisas sobre mídias sociais e também faz assessoria de Imprensa na Vírus Comunicação.